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MPF aciona Justiça para impedir desmatamento na Serra do Curral sem autorização do Ibama

Pedido visa garantir proteção à Mata Atlântica e aos campos rupestres diante do risco de danos ambientais irreversíveis. Projeto da mineradora prevê desma...

MPF aciona Justiça para impedir desmatamento na Serra do Curral sem autorização do Ibama
MPF aciona Justiça para impedir desmatamento na Serra do Curral sem autorização do Ibama (Foto: Reprodução)

Pedido visa garantir proteção à Mata Atlântica e aos campos rupestres diante do risco de danos ambientais irreversíveis. Projeto da mineradora prevê desmatamento de mais de 55 hectares. Área da Serra do Curral que a Tamisa pretende minerar Lucas Franco/TV Globo O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça para impedir que a empresa Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) desmate a região da Serra do Curral, em Belo Horizonte, sem autorização prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O pedido do MPF diz respeito à exigência de anuência prévia do Ibama para supressão de vegetação na Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do país. Em 2021, o Ibama havia dispensado a necessidade dessa autorização. No entanto, a posição da autarquia mudou em 2024, determinando que a liberação prévia passe a ser obrigatória. Entre os riscos apontados em estudos técnicos estão falhas graves nas análises ambientais apresentadas pela empresa, como a ausência de uma avaliação adequada da fauna e flora locais e a falta de estudos sobre os possíveis impactos no abastecimento hídrico da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O empreendimento da Tamisa prevê o desmatamento de mais de 55 hectares dessa vegetação em risco. O g1 procurou a mineradora, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem. Outro ponto crítico é a classificação inadequada dos campos rupestres, vegetação rara que ocupa somente 1% do território brasileiro, mas que abriga uma importante parcela da biodiversidade vegetal nacional. Segundo especialistas, a recuperação dos campos rupestres pode levar milhares de anos devido à lenta regeneração natural desse ecossistema. A medida, segundo o MPF, pretende assegurar que atividades de mineração na região somente sejam realizadas após rigorosa avaliação ambiental, como determina a legislação. Em nota, a Taquaril Mineração S.A informou que se trata de pedido feito pelo MPF em ação ajuizada em 2022, no âmbito da qual já foi negado pedido liminar. A empresa disse ainda que não há novos fatos que justifiquem um novo pedido liminar, pois a licença ambiental está suspensa e qualquer mudança de entendimento do IBAMA não altera o que já foi decidido. Além disso, a empresa ainda não iniciou nenhuma das atividades permitidas, especialmente a supressão de vegetação. Vídeos mais assistidos do g1 MG